Informar-se sobre os vários aspectos da doença é o primeiro passo para melhor combatê-la
Gabriel Menetrie Barbosa, analista de sistemas de 30 anos, se deparou duas vezes com o diagnóstico de linfoma (na adolescência e, mais recentemente, aos 29 anos).
O menino Renato Nazuto Brancalion, de 6 anos e meio, aos 4 anos teve de encarar o desafio de tratar uma leucemia linfóide aguda. Situação parecida viveu Heitor Lopes dos Santos Ferreira, hoje com 5 anos. Aos 3 ele foi diagnosticado também com leucemia.
Hoje, eles estão em fase de controle das doenças e levam vida normal. Gabriel trabalha e não esconde de ninguém o diagnóstico.
Renato se prepara para ir para a escola. Este ano vai cursar a primeira série, e está animado com a novidade. Heitor, que adora nadar, em breve vai poder pular na piscina novamente.
Tratados com o que há de mais avançado em terapias para combater o câncer, Gabriel, Renato e Heitor estão vivendo uma nova era da doença. Hoje se fala claramente em câncer, sem medo de pronunciar a palavra. Num passado nem tão distante, muita gente se recusava a nomear a doença, tamanho seu estigma.
Felizmente muito tem se avançado em termos de diagnóstico e tratamento para os diversos tipos de câncer. E, cada vez mais, se faz urgente tocar no assunto sem rodeios.
Isso porque, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que, a cada ano, cerca de 600 mil novos casos terão surgido entre a população brasileira. A estimativa de câncer infantil é de 12,5 mil novos diagnósticos por ano.
Em breve, o número de pessoas com câncer irá se igualar ou ultrapassar o de doenças cardiovasculares. Hoje é a segunda causa de morte no nosso meio, segundo o oncologista clínico Hézio Jadir, do Oncologia Leforte.
A previsão é que nos próximos 10 anos isso será invertido, de acordo com ele. Nos EUA e Europa, o câncer já ocupa o primeiro lugar. “Isso se deve ao envelhecimento da população, ao diagnóstico precoce e ao avanço da doença, por conta de alguns hábitos de vida”, explica Jadir.
Entre as crianças, chama atenção a queda no número de mortes provocadas por doenças infectocontagiosas, comuns no passado. O câncer tende a ocupar esse espaço.
As estatísticas, no entanto, não devem causar pânico.
Se os números aumentam, especialmente em função da tecnologia, que propicia diagnósticos mais precisos, os especialistas são unânimes em afirmar que houve um significativo desenvolvimento nas formas de tratamento, principalmente nos casos em que o câncer está avançado e consegue-se usar de muitos artifícios para fazer com que a doença se mantenha estável.
“Temos drogas eficientes que estabilizam a doença ou até mesmo fazem com que regridam, possibilitando uma maior sobrevida”, garante Jadir.
Em relação ao câncer infantil, a perspectiva também é otimista. “Quando tratado logo, pode apresentar até 80% de chance de cura”, afirma Franciane Benicá, oncologista pediátrica das unidades hospitalares do Leforte.
De acordo com ambos, no Grupo Leforte, os especialistas dispõem de ferramentas terapêuticas, para enfrentar todos os tipos de câncer. “Hoje oferecemos como tratamento a imunoterapia e o uso de drogas alvo, que têm até revolucionado muitos casos, especialmente aqueles para os quais não havia perspectiva, em fase mais avançada”, afirma Jadir.
Nas unidades hospitalares do Leforte, para as crianças, há três diferenciais que merecem destaque, segundo Franciane: oncopediatra 24 horas por dia, tratamentos que utilizam protocolos médicos e modelos terapêuticos iguais aos empregados nos melhores hospitais do mundo e enfermaria pediátrica com equipe multidisciplinar apta para o tratamento oncológico.
Consultórios de especialidades na região da Liberdade. Acolhimento e humanização em todos os ambientes de cuidado pediátrico.
Diagnóstico, cura e sobrevida
Lembrar do câncer como doença importante, cuja precocidade no diagnóstico impacta positivamente na cura e na sobrevida do paciente, é a principal mensagem do Dia Mundial do Câncer, celebrado em 4 de fevereiro. E, no dia 15 do mesmo mês, a alusão é para atenção ao câncer na infância.
As datas trazem à tona a importância da prevenção primária e secundária, de acordo Jadir e Franciane. E lembram o quanto é preciso investir sempre em pesquisas.
A prevenção primária e a secundária consistem, respectivamente, em se afastar dos fatores de risco para o surgimento do câncer (tabagismo, excesso de álcool, alimentação muito industrializada, sedentarismo, obesidade) e não deixar de lado os exames periódicos, especialmente no caso de pessoas com histórico familiar para câncer de mama, próstata, colo e reto, e nem vacinação para prevenção do HPV (vírus que pode provocar câncer no útero e câncer de cabeça e pescoço).
Com o diagnóstico precoce em mãos, ou o tratamento de situações que favorecem o surgimento de tumores, como pólipos no intestino, a chance de vencer rapidamente a doença é muito maior.
Entre as crianças, vale o alerta redobrado sobre alguns sintomas, que as vezes se confundem com o de outras doenças: febre sem motivo aparente; gânglios aumentados; cansaço exagerado; palidez; dores no corpo; manchas arroxeadas; distensão abdominal.
Ao longo do tempo, com algumas medidas, a tendência, segundo especialistas, é que certos tipos de câncer se tornem uma doença crônica, para a qual não há cura, mas controle, a exemplo da diabetes.
Cuidado integral: atenção que impacta nos resultados
Gabriel Barbosa conta que o atendimento que recebeu durante a doença foi fundamental no seu processo de recuperação. “O médico conversou comigo e, juntos, nós planejamos o tratamento. Fui atendido de forma humanizada, com conversa e apoio”, explica.
Informação e acompanhamento médico frequente são essenciais para desmitificar a doença.
Seu processo não foi fácil. Gabriel chegou a perder 30 quilos. Ele tinha 90 quilos quando começou a se tratar pela segunda vez. A medicação causou vários efeitos colaterais.
Mas em todo momento foi bem acolhido pela família, especialmente pela mãe, amigos, colegas de trabalho, além dos profissionais médicos. Isso foi importante, pois trouxe segurança em um momento de extrema fragilidade.
Tranquilo em relação ao diagnóstico, a postura otimista de Gabriel é um exemplo a ser seguido. “Sei que existe tratamento para o meu problema. Tento encarar assim, viver a vida um dia de cada vez, me cuidando sempre. Faço acompanhamento médico, exercícios, tenho uma alimentação saudável, trabalho.”
A mesma atenção também foi fundamental para a recuperação do pequeno Renato, filho da Adriana e do Vanderlei.
Com 4 anos de idade ele começou a sentir dor no quadril esquerdo. Tinha febre também. Ele recebeu o diagnóstico e ficou 33 dias internado da última vez. Ao todo, Renato enfrentou 14 internações.
Precisou receber sangue e plaqueta, segundo Adriana. Ele perdeu peso, porque não tinha vontade de se alimentar, por conta dos efeitos dos remédios.
“Para quem enfrenta o mesmo problema, digo que o principal é confiar na equipe médica, seguir o tratamento à risca e ficar ao lado do filho, dando carinho, mantendo-se firme”, disse Adriana.
Nas internações, o carisma de Renato fez diferença. “Ele conquistou todo mundo, do porteiro aos médicos, nos sentimos muito acolhidos”, conta.
No caso de Heitor, sua mãe, Loana Lopes dos Santos Ferreira, conta que custou um pouco a desconfiar que as manchas que apareceram na perna do filho quando ele tinha 3 anos pudessem ser algo mais grave.
“Como ele é muito agitado, eu achava que o roxo era consequência de alguma brincadeira”, diz Loana. O cansaço do garoto ao subir escadas também não pareceu algo preocupante. “Pensava que era um pouco de manha para ir no colo, coisa de criança”. Foi a avó materna quem deu o alerta. Heitor apresentava palidez e, diante disso, decidiram ir ao médico.
“Foi um susto quando soubemos, ficamos sem chão”, lembra Loana. Encaminhado aos cuidados da médica Franciane Benicá, Heitor chegou a ficar 40 dias seguidos internado. Teve algumas reações com o tratamento, como enjoo e o enfraquecimento do cabelo.
Loana disse que se agarrou muito à fé para seguir em frente e na confiança que estabeleceu com a equipe que tratou de seu filho. “No início a gente fica com medo, não conhece a doença, não sabe o que vai acontecer. Mas tivemos bastante apoio, foi sempre tudo bem explicado, o que nos tranquilizou”.
Nessa linha do cuidado integral, estão incluídos uma abordagem que envolve, além de médicos especializados, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiros. Destaque aqui para o papel da enfermeira navegadora, presente no Leforte e em algumas outras instituições de saúde.
Trata-se de um conceito criado em 1990, pelo médico americano Harold Freeman. Ela tem como função orientar o paciente durante todas as etapas do tratamento. Sua presença proporciona mais segurança ao doente e a sua família, pois auxilia em diversas questões. É uma figura importante e presente na área da oncologia.
Prevenção do câncer
- Afaste-se de comportamentos de risco: deixe de fumar, seja comedido ao ingerir bebida alcoólica, pratique exercícios com regularidade, tenha uma alimentação saudável e o mais natural possível;
- Faça visitas regulares ao médico e avalie seus riscos para determinados tipos de câncer;
- Não negligencie sintomas como: febre sem razão aparente, cansaço exagerado, perda de peso sem motivo, dores pelo corpo, manchas, caroços, gânglios aumentados;
- Em crianças, especialmente, é muito importante estar atento aos sinais acima citados.
A oncologia pediátrica do Leforte, segundo a médica Franciane Benicá, tem trabalhado também outra linha para fortalecer a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer infantil.
“Periodicamente, organizamos simpósios para toda a equipe da Pediatria, onde orientamos que fiquem atentos ao surgimento de possíveis tumores. Isso significa que nossos profissionais estão bem treinados e sensibilizados para os sinais”, afirma a médica.
A medida é importante porque para o câncer infantil não se faz prevenção primária (afastamento de comportamentos de risco), como para adultos.
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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.