As doenças vasculares são a principal causa de morte no mundo. Em 2015, elas foram responsáveis por 31% dos óbitos somando todos os países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Elas compreendem uma grande variedade de problemas nas artérias, nas veias e também nos vasos linfáticos, que são os responsáveis por drenar a linfa dos tecidos de todo o corpo – um fluido que, entre outras funções, elimina as impurezas produzidas pelas células durante o metabolismo.
Para falar sobre as doenças vasculares, o Grupo Leforte convidou o Dr. João Gualberto Diniz, cirurgião vascular e chefe do serviço de cirurgia vascular e endovascular do Hospital Leforte Liberdade.
Quais são as doenças vasculares mais comuns?
“As doenças vasculares mais comuns, que atingem em torno de 85% a 90% da população, envolvem o sistema venoso”, ou seja, os vasos que transportam o sangue para o coração, conta o Dr. João “Podemos destacar as varizes de membros inferiores, que são muito frequentes na população em geral. Particularmente a partir dos 40 anos, atingindo as mulheres na maior parte das vezes, embora também afetem os homens”.
O Dr. João alerta que as varizes, quando não são adequadamente diagnosticadas e tratadas por um cirurgião vascular, podem causar várias complicações, como:
- Cansaço significativo nas pernas, que impede as atividades habituais;
- Complicações que predispõem à trombose (formação de coágulo sanguíneo que bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região);
- Flebites (inflamação da parede de uma veia);
- Úlcera de perna nos casos mais graves, com sequelas que comprometem, em muito, a qualidade de vida do paciente.
“As patologias vasculares nas artérias correspondem a um percentual menor de casos, mas elas têm enorme importância, pois também prejudicam de forma significativa os pacientes. Geralmente, são associadas a fatores de risco como cigarro / tabagismo, obesidade, sedentarismo, diabetes e alterações metabólicas”.
Elas se apresentam, principalmente, com obstruções arteriais, diz o Dr. João. Os problemas nas artérias devem ser diagnosticados e tratados com brevidade, pois, dependendo do segmento comprometido, podem causar o seguinte:
- Acidente vascular encefálico (também chamado de acidente vascular cerebral – AVC – ou, mais popularmente, de derrame);
- Feridas isquêmicas nas pernas por falta de circulação;
- Perda do membro por trombose arterial.
Quais são os sinais e sintomas indicativos de possíveis problemas vasculares e qual o risco de os ignorar?
Dor em membros inferiores com dificuldade para andar, inchaço súbito ou repentino no nível das pernas, frio, formigamento e falta de força são os principais sinais e sintomas enumerados pelo Dr. João, que adverte sobre a importância de não os ignorar:
“Não é recomendável, de forma alguma, subestimar ou não valorizar alterações que podem estar relacionadas com problemas vasculares emergenciais. Elas necessitam de diagnóstico e tratamento específico, pois há riscos de complicações, que podem ir de tromboses extensas, embolia pulmonar e ruptura de aneurisma até o risco de perda do membro”.
Alguma doença vascular pode ser considerada uma emergência médica e há problema em adiar uma cirurgia vascular?
“Tromboses são emergências médicas, o diagnóstico e o tratamento não podem ser adiados, pois os riscos são irreparáveis. Aneurismas arteriais têm que ser devidamente identificados e a proposta de tratamento, de acordo com suas particularidades, deve ser realizada com urgência”, explica o Dr. João.
O médico alerta ainda que uma cirurgia agendada para tratar um problema vascular não deve ser adiada pelo paciente. “Somente após avaliação cuidadosa e meticulosa pelo cirurgião vascular e o estabelecimento de uma nova data. Ressalto que a decisão de adiamento não pode ser feita pelo paciente sem total esclarecimento por parte do médico cirurgião vascular”.
O Covid-19 pode causar problemas vasculares e alguma doença vascular aumenta o risco de infecção grave pelo Coronavírus?
O Dr. João esclarece que já foi estabelecido, de forma clara e objetiva, a existência de problemas vasculares associados ao comprometimento pelo novo Coronavírus. “Principalmente as tromboses venosas e arteriais e suas consequências, portanto, a procura precoce de um serviço de atendimento é muito importante”.
“Sobre a possibilidade de infecção grave associada ao Covid-19, ela diz respeito, principalmente, aos pacientes de fator de risco conhecidos. Tais como doença cardíaca pré-existente, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, idade e sedentarismo”, finaliza o médico.
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