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Tratamento complementar para conjuntivite: 5 cuidados que aceleram a melhora

Descubra quais tratamentos complementares para conjuntivite, como compressas e lubrificantes, podem aliviar os sintomas e acelerar a recuperação. Saiba o que fazer.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 19/12/2025

Além do colírio prescrito, medidas simples de higiene e alívio podem reduzir o desconforto e acelerar a recuperação ocular.

Começa com uma coceira leve, uma sensação de areia nos olhos que não desaparece. Em pouco tempo, o espelho revela um olho vermelho, lacrimejante e inchado. O diagnóstico de conjuntivite, confirmado pelo oftalmologista, vem acompanhado da prescrição de um colírio específico. Mas, enquanto o medicamento age, o desconforto persiste. É nesse momento que o tratamento complementar se torna um grande aliado.

O que é um tratamento complementar para conjuntivite?

Um tratamento complementar consiste em um conjunto de cuidados que não substituem a terapia principal indicada pelo médico, mas que auxiliam na gestão dos sintomas e promovem uma recuperação mais rápida e confortável. 

Essas medidas visam reduzir a inflamação, aliviar a irritação e prevenir complicações ou a transmissão da doença, quando infecciosa. É importante notar que esses cuidados de suporte e terapias complementares imediatas são cruciais para aliviar os sintomas e podem até reduzir a gravidade de uma condição de saúde enquanto se aguarda o tratamento principal. 

Além disso, a boa notícia é que, em geral, a adição de terapias complementares aos cuidados principais não parece aumentar o risco de efeitos colaterais indesejados, o que garante maior segurança ao buscar tratamentos adicionais.

É fundamental entender que essas ações são de suporte. O tratamento central, especialmente para conjuntivites bacterianas e algumas formas alérgicas, depende de medicamentos específicos que só um oftalmologista pode prescrever após uma avaliação cuidadosa.

Quais compressas são indicadas para cada tipo de conjuntivite?

As compressas são uma das ferramentas mais eficazes e seguras para o alívio imediato, mas sua temperatura — fria ou morna — deve ser escolhida conforme a causa da conjuntivite. Use sempre água filtrada ou fervida (e depois resfriada) e gazes ou tecidos limpos para cada aplicação.

Compressas frias: alívio para coceira e inchaço

As compressas frias atuam como um vasoconstritor, ou seja, contraem os vasos sanguíneos da região. Isso ajuda a diminuir a vermelhidão, o inchaço (edema) e, principalmente, a coceira intensa, sintoma marcante da conjuntivite alérgica e muito presente na viral.

Compressas mornas: ajuda na limpeza de secreções

Já as compressas mornas têm um efeito vasodilatador e ajudam a fluidificar secreções mais espessas e purulentas, típicas da conjuntivite bacteriana. Elas facilitam a remoção de crostas que se formam nos cílios, aliviando a sensação de pálpebras "coladas" ao acordar.

Como a higiene ocular correta pode ajudar?

Manter a área dos olhos limpa e evitar a contaminação cruzada é essencial, especialmente nos casos infecciosos (viral e bacteriano). A higiene adequada previne que a infecção se espalhe para o outro olho ou para outras pessoas.

Limpeza da área dos olhos

Utilize uma gaze ou algodão limpo embebido em soro fisiológico 0,9% para limpar suavemente as pálpebras e remover as secreções. Faça movimentos delicados, sempre do canto interno (próximo ao nariz) para o canto externo, e descarte o material a cada passada. Nunca use o mesmo algodão ou gaze nos dois olhos.

Prevenção da autocontaminação e transmissão

A conjuntivite viral e a bacteriana são altamente contagiosas. Portanto, algumas medidas são indispensáveis:

  • lave as mãos com água e sabão frequentemente, principalmente antes e depois de limpar os olhos ou aplicar o colírio;

  • troque toalhas de rosto e fronhas de travesseiro diariamente;

  • não compartilhe objetos pessoais como maquiagem, óculos, toalhas ou colírios;

  • evite coçar ou tocar os olhos.

Lágrimas artificiais são uma boa opção?

Sim, os colírios lubrificantes, conhecidos como lágrimas artificiais, podem ser um excelente complemento. Eles ajudam a aliviar a secura, a irritação e a sensação de corpo estranho no olho, sintomas comuns em todos os tipos de conjuntivite. Esses produtos ajudam a "lavar" a superfície ocular, diluindo agentes irritantes e alérgenos.

Contudo, é crucial usar apenas produtos sem conservantes ou seguir a recomendação do seu oftalmologista. Nunca utilize um colírio medicamentoso (antibiótico, anti-inflamatório) que sobrou de outro tratamento sem prescrição médica, pois isso pode mascarar sintomas, piorar o quadro ou causar efeitos adversos.

Quais outros cuidados gerais aceleram a recuperação?

O corpo se recupera melhor quando recebe o suporte adequado. Medidas simples no dia a dia podem fortalecer seu sistema imunológico e acelerar o processo de cura da conjuntivite.

Repouso visual

A inflamação ocular pode causar sensibilidade à luz (fotofobia). Reduzir o tempo de exposição a telas de computador, celular e televisão pode diminuir o esforço visual e o desconforto. Usar óculos de sol em ambientes externos também proporciona alívio.

Hidratação e alimentação

Manter-se bem hidratado e ter uma dieta balanceada, rica em vitaminas e minerais, fortalece as defesas do organismo. Embora não trate diretamente a conjuntivite, um sistema imune robusto é fundamental para combater infecções virais e bacterianas de forma mais eficiente. Durante a recuperação de infecções, o corpo ativa mecanismos de "autolimpeza" celular, conhecidos como autofagia, que são essenciais para eliminar os restos de bactérias e promover a cura.

O que deve ser evitado durante o tratamento da conjuntivite?

Tão importante quanto saber o que fazer é saber o que não fazer. Algumas práticas populares podem agravar a condição:

  • automedicação: nunca use colírios com antibiótico ou corticoide sem prescrição. O uso inadequado pode causar resistência bacteriana ou aumento da pressão intraocular;

  • receitas caseiras: evite aplicar chás (como de camomila), água boricada ou qualquer outra substância não esterilizada nos olhos. Elas podem causar irritação, reações alérgicas ou contaminações;

  • uso de lentes de contato: suspenda o uso das lentes durante todo o período de tratamento e só retorne após a liberação do oftalmologista.

É também relevante considerar que nem todas as medidas complementares, mesmo aquelas que parecem promissoras, demonstraram eficácia comprovada. Por exemplo, em alguns estudos, a adição de tratamentos como lasers, probióticos ou antissépticos locais ao cuidado básico de higiene não mostrou ser superior para resolver completamente a inflamação dos tecidos moles. 

Da mesma forma, terapias antimicrobianas complementares, como certas abordagens que usam luz e corantes para combater bactérias, ainda não apresentaram evidências claras de benefícios importantes ou a longo prazo em pesquisas. Por isso, a orientação médica é sempre o melhor caminho para garantir que os tratamentos escolhidos sejam seguros e eficazes.

Quando procurar um médico novamente?

A maioria dos casos de conjuntivite melhora em alguns dias ou semanas com o tratamento correto. No entanto, procure um oftalmologista imediatamente se você apresentar algum dos seguintes sinais:

  • dor ocular intensa ou moderada;

  • visão embaçada ou perda de visão que não melhora com a limpeza das secreções;

  • sensibilidade extrema à luz;

  • piora da vermelhidão ou do inchaço após o início do tratamento;

  • ausência de melhora após 3 a 4 dias de tratamento para conjuntivite bacteriana.

Esses podem ser sinais de uma complicação mais séria. A avaliação profissional é indispensável para garantir a saúde dos seus olhos.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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