Ginecologia e Obstetricia

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O que causa candidíase na mulher? Fatores e prevenção

Entenda por que a candidíase acontece e o que causa o desequilíbrio da flora vaginal. Conheça os principais fatores de risco e aprenda a prevenir.
EL
Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 01/12/2025

A infecção é causada por um fungo natural do corpo. Entenda quais fatores levam ao seu crescimento excessivo e ao desconforto.

Aquela sensação de coceira e desconforto na região íntima, acompanhada por um corrimento esbranquiçado, é um sinal de alerta familiar para muitas mulheres. Frequentemente, o diagnóstico é candidíase vaginal, uma condição que, apesar de comum, gera muitas dúvidas sobre suas verdadeiras causas.

Compreender o que desencadeia essa infecção é o primeiro passo para não apenas tratar, mas principalmente prevenir que ela se torne um problema recorrente.

O que exatamente é a candidíase vaginal

A candidíase vulvovaginal é uma infecção comum na vagina, causada pelo crescimento descontrolado de um tipo de fungo conhecido como Candida. A espécie Candida albicans é a mais comum. Este fungo é um habitante natural e normal da flora vaginal, convivendo em harmonia com outros microrganismos, como as bactérias do gênero Lactobacillus.

A infecção ocorre quando a levedura Candida, que já habita normalmente a vagina, se multiplica excessivamente. As razões para essa proliferação nem sempre são totalmente compreendidas.

O problema surge quando o equilíbrio delicado desse ecossistema é rompido. Os lactobacilos são responsáveis por manter o pH da vagina ácido, criando um ambiente desfavorável para a proliferação de agentes infecciosos. Quando sua população diminui, a Candida encontra o cenário ideal para se multiplicar, gerando os sintomas clássicos da infecção.

Quais são as principais causas do desequilíbrio da flora vaginal

Diversos fatores podem alterar o ambiente vaginal e servir como gatilho para a candidíase. Eles estão frequentemente ligados a medicamentos, hormônios e hábitos do dia a dia.

Uso de medicamentos que afetam o microbioma

Antibióticos de largo espectro são desenvolvidos para eliminar bactérias causadoras de infecções. No entanto, eles não distinguem entre microrganismos nocivos e benéficos, como os lactobacilos. O uso de antibióticos pode alterar o equilíbrio da microbiota vaginal e enfraquecer a defesa natural contra fungos.

Ao reduzir a população de bactérias protetoras, os antibióticos abrem caminho para que a Candida se prolifere sem controle. Por isso, é fundamental evitar o uso desnecessário de antibióticos.

Além disso, o uso de duchas e produtos irritantes na região íntima também desequilibra a flora vaginal. Medicamentos como corticoides e imunossupressores podem diminuir a atividade do sistema imunológico, dificultando a capacidade do corpo de manter o crescimento do fungo sob controle.

Alterações hormonais no corpo feminino

As flutuações hormonais são um gatilho significativo. Níveis elevados de estrogênio, por exemplo, podem aumentar a quantidade de glicogênio na mucosa vaginal, que serve de alimento para a Candida. 

Situações que envolvem essas mudanças incluem:

  • Gravidez: as altas taxas hormonais criam um ambiente propício para o fungo.

  • Uso de pílulas anticoncepcionais: especialmente aquelas com altas doses de estrogênio.

  • Período pré-menstrual: a variação hormonal do ciclo pode favorecer o quadro.

Condições de saúde que comprometem a imunidade

Um sistema imunológico enfraquecido tem menos capacidade de regular a população de microrganismos no corpo. Por isso, a candidíase é mais frequente em pessoas com:

  • Diabetes mellitus descompensada: os altos níveis de glicose no sangue e nas secreções vaginais alimentam o fungo.

  • Estresse crônico: o cortisol, hormônio do estresse, pode suprimir a resposta imune.

  • Infecções que debilitam o sistema imune: como o HIV.

Hábitos de vida e vestuário

O ambiente ideal para a Candida é quente e úmido. Certos hábitos podem criar essas condições na região íntima. Fatores como a frequência de relações sexuais, o uso de pessários e o tabagismo também podem influenciar o risco de infecções na região genital, incluindo a candidíase.

  • Roupas apertadas ou de tecido sintético: dificultam a ventilação, aumentando a temperatura e a umidade local.

  • Permanecer com biquíni molhado: cria um ambiente abafado e úmido por tempo prolongado.

  • Uso de protetores diários de calcinha: podem abafar a região, dependendo do material e da frequência de troca.

Dieta e saúde intestinal

A alimentação também interfere no equilíbrio da flora. Uma dieta rica em açúcares e carboidratos refinados pode não só elevar a glicemia, mas também favorecer a disbiose intestinal. Um intestino desregulado pode afetar a flora vaginal, já que ambos os microbiomas estão interligados.

Como saber se estou com candidíase

Os sintomas podem variar em intensidade, mas os mais comuns são bastante característicos. É fundamental não se autodiagnosticar, pois outras infecções podem ter sinais semelhantes.

Os principais sintomas incluem:

  • Coceira intensa na vulva (parte externa) e na vagina.

  • Vermelhidão e inchaço na região genital.

  • Corrimento esbranquiçado, espesso e sem odor, semelhante a leite talhado.

  • Dor ou ardência ao urinar.

  • Desconforto ou dor durante a relação sexual.

O que fazer para prevenir a candidíase de repetição

Para mulheres que sofrem com episódios recorrentes, a prevenção é a estratégia mais importante. Adotar algumas mudanças no estilo de vida pode fortalecer as defesas naturais do corpo.

Quando devo procurar um médico

A automedicação nunca é recomendada. O uso incorreto de pomadas e medicamentos pode piorar o quadro, mascarar outras doenças ou causar resistência do fungo. Procure um ginecologista sempre que os sintomas aparecerem.

A avaliação médica é indispensável para confirmar o diagnóstico de candidíase e descartar outras infecções, como vaginose bacteriana ou tricomoníase, que exigem tratamentos diferentes. Somente um profissional poderá indicar a terapia adequada para o seu caso.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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