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Oncologia

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Não ir ao médico regularmente coloca a saúde do homem em risco

Veja, no site do Leforte, a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças que afetam a saúde do homem, como o câncer de próstata.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 17/11/2022

Para cada oito mulheres que frequentam regularmente o ginecologista para exame de rotina preventivo, somente um homem vai ao médico com o mesmo objetivo. O que, muitas vezes, impede a detecção precoce de muitas doenças, como o câncer de próstata, que não causa sinais e sintomas na fase inicial geralmente. Para falar sobre saúde do homem e câncer de próstata, o Leforte convidou o Dr. Renato Meirelles Mariano da Costa Jr., que é médico urologista.

Os homens são mais relutantes em procurar ajuda médica do que as mulheres?

O Dr. Renato conta que, de fato, os homens são mais relutantes do que as mulheres para procurar ajuda médica.Principalmente quando se fala em acompanhamento de rotina e não por sintomas específicos. Sabemos que as mulheres já têm esse hábito, desde a adolescência elas fazem acompanhamento com um ginecologista a partir da primeira menstruação, é um costume cultural”.

“O que não acontece na população masculina”, diz o médico. “Em muitos casos, os homens deixam para procurar o médico urologista somente na presença de algum sinal ou sintoma. É muito comum atendermos pacientes por causa de doenças venéreas ou de cálculos renais, por exemplo. Mas, não é muito comum o homem procurar espontaneamente o médico”.

Qual a frequência recomendada para ir ao médico e quais exames preventivos são necessários em relação à saúde do homem?

“Sabemos que, estatisticamente, para cada oito mulheres que frequentam regularmente o ginecologista para exame de rotina preventivo, temos somente um homem que faz o mesmo”, revela o médico. ”A cultura de acompanhamento médico preventivo é oito vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. De modo geral, se pensarmos exclusivamente na próstata – lembrando que o urologista cuida da saúde do homem, não só da próstata -, todo homem deve fazer uma avaliação anual a partir dos 50 anos de idade”.

Porém, o Dr. Renato ressalta que existem alguns casos específicos em que esse acompanhamento deve ser um pouco mais precoce, a partir dos 45 anos. As características que diferenciam os homens que precisam de acompanhamento mais precoce são as seguintes”:

  • Ser da raça negra;
  • Ter histórico familiar de câncer de próstata
  • Ter obesidade.

Quais as possíveis consequências para a saúde do homem de não ir regularmente ao médico?

O Dr. Renato explica que “não ter a possibilidade de acompanhar o paciente masculino desde o começo, acaba resultando em prejuízos. Existem várias patologias na saúde do homem que podemos, eventualmente, detectar precocemente ou orientar para que elas possam ser evitadas. No homem jovem, até adolescente, podemos, por exemplo, fazer a detecção precoce de:

  • Varicocele – é uma alteração vascular que drena os testículos e pode evoluir para algum grau de subfertilidade;
  • Doenças venéreas – são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis, herpes, HPV, gonorreia, hepatites B e C, HIV etc.;
  • Hérnia inguinal – mais comum nos homens, é uma protuberância na região da virilha que acontece, geralmente, quando uma parte do intestino sai por um ponto fraco dos músculos abdominais.

“Existem diversos benefícios de o homem jovem já fazer o acompanhamento regular com o urologista com o objetivo de detectar precocemente ou evitar algumas doenças”, enfatiza o Dr. Renato.

O que é câncer de próstata?

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente na população masculina, só ficando atrás do câncer de pele não melanoma. É uma doença maligna que se origina em uma glândula do homem relacionada à função reprodutiva, que pode evoluir para um estágio avançado e, eventualmente, provocar a morte”, conta o Dr. Renato.

“Ele está presente em 8% a 10% da população masculina”, diz o médico. “Mais ou menos 1 a cada 17 pacientes vai ter o diagnóstico de câncer de próstata em alguma fase da vida. Os dados mundiais mostram que a cada sete minutos é feito um diagnóstico de câncer de próstata e que acontece um óbito pela doença a cada 40 minutos. Sabemos que, pela estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer, órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer), em 2017 houve mais de 60 mil casos no Brasil”.

Quais são os fatores de risco para o câncer de próstata?

O Dr. Renato conta que “um dos maiores fatores de risco para o câncer de próstata está ligado à parte de hereditariedade, ao histórico familiar, principalmente se for em parente de primeiro grau. E se formais de um parente, esse risco vai aumentando. Outro fator de risco importante é ser afrodescendente, pois nessa população a incidência de câncer de próstata é maior. Sabemos, também, que pacientes com obesidade têm um risco maior de evoluir com a doença durante a vida”.

Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?

Em fases iniciais, o câncer de próstata é uma doença que, majoritariamente, não gera sintomas. É muito importante salientar que o fato de o homem estar se sentindo bem, estar assintomático, não é garantia alguma de que ele não esteja evoluindo para um câncer de próstata ou já não tenha a doença”, alerta o Dr. Renato.

Quando o paciente é diagnosticado não por um exame de rotina, mas sim porque procurou um médico em decorrência de algum sintoma – por exemplo, uma dor lombar, uma dor na bacia -, em 95% desses casos se trata da doença em fase adiantada, onde o diagnóstico já foi tardio. Isso significa que se perdeu a possibilidade de tratar o paciente no melhor momento.

Quais exames de rastreamento ajudam a detectar o exame de próstata precocemente e a partir de quando devem ser feitos?

“Se falarmos em exames para realizar o rastreamento, eles devem ser feitos, de um modo geral, nos homens a partir dos 50 anos e, em casos específicos, conforme já citado, a partir dos 45 anos”.

O Dr. Renato explica que “essa rotina de exames é feita com o toque retal, que possibilita avaliar a periferia da próstata, local onde se inicia a maioria dos casos de câncer de próstata, em associação com o exame de sangue para avaliar o PSA (sigla de prostate specific antigen****, que, em português, significa antígeno prostático específico, um tipo de proteína que todo homem tem em concentração baixa normalmente). Uma elevação na taxa dessa proteína pode sugerir, entre outras alterações, o câncer de próstata”.

Qual a importância da detecção precoce do câncer de próstata?

A detecção precoce é muito importante porque, na fase inicial do câncer de próstata, as chances de cura são em torno de 90%, são muito altas”, salienta o médico. “Quanto mais precocemente o tratamento é iniciado, maior é a probabilidade de que não seja necessário ele ser muito ampliado. Às vezes, com uma única técnica já se consegue curar o paciente.

“Quanto menos invasivo for o tratamento, menos etapas ele exige, menos efeitos colaterais e, eventualmente, sequelas ele gera. Diagnóstico precoce é igual a tratamento mais simples e elevada chance de cura”.

É possível prevenir o câncer de próstata?

Infelizmente, não é possível prevenir o câncer de próstata. Na maioria das vezes, o fator de risco mais relevante está ligado com a hereditariedade. Mas, não há dúvida de que ter um estilo de vida saudável – ou seja, alimentação adequada com bastante fibra, evitando a ingestão elevada de gorduras, assim como a prática da atividade física regular e manter-se com um peso adequado – vai trazer benefícios também para a saúde da próstata”, conclui o Dr. Renato.

O Dr. Renato Meirelles Mariano da Costa Jr. é médico urologista. Formou-se em medicina, cirurgia geral e urologia pela Faculdade de Medicina do ABC e cursa doutorado em urologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É Fellowship em urologia oncológica e cirurgia minimamente invasiva e assistente dos grupos de oncologia urológica da UNIFESP e do hospital do servidor público estadual (IAMSPE), além de atuar na Clínica e Diagnósticos Leforte Morumbi.

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Este conteúdo é meramente informativo e educativo, sendo destinado para o público em geral. Ele não substitui a consulta e o aconselhamento com o médico e não deve ser utilizado para autodiagnóstico ou automedicação. Se você tiver algum problema de saúde ou dúvidas a respeito, consulte um médico. Somente ele está habilitado fazer o diagnóstico, a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do quadro de saúde do paciente.

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Equipe Leforte

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