Oncologia

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Fatores de Risco para o Câncer: Guia Completo e Prevenção

Entenda os principais fatores de risco para o câncer, dos genéticos aos de estilo de vida. Saiba o que é mito e o que é verdade para prevenir a doença.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 01/12/2025

Conhecer os fatores que aumentam a chance de desenvolver a doença é o primeiro passo para uma vida com mais saúde e prevenção.

Resumo:

  • Fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolver câncer, mas não são uma sentença.

  • Eles se dividem em modificáveis (estilo de vida) e não modificáveis (genética, idade).

  • Tabagismo é o principal fator de risco evitável, ligado a múltiplos tipos de câncer.

  • Alimentação saudável, atividade física e moderação no álcool são pilares da prevenção.

  • Consultas médicas regulares são fundamentais para avaliação de risco individual e detecção precoce.

A conversa em um almoço de família ou um alerta visto em uma embalagem no supermercado pode despertar a dúvida: o que realmente causa câncer? A verdade é que a doença é multifatorial, ou seja, resulta de uma combinação complexa de elementos. Entender quais são esses fatores é essencial para tomar decisões mais conscientes no dia a dia. De fato, a grande maioria dos riscos de câncer, entre 60% e 90%, está ligada a fatores do estilo de vida e do ambiente que podem ser modificados. Isso significa que é possível prevenir de 30% a 50% dos casos de câncer ao adotar hábitos de vida mais saudáveis e diminuir a exposição a riscos ambientais.

O que são fatores de risco para o câncer?

Um fator de risco é qualquer elemento que aumenta a chance de uma pessoa desenvolver uma determinada doença. No caso do câncer, esses fatores podem danificar o DNA das células, levando a mutações que iniciam o crescimento descontrolado característico dos tumores.

É fundamental esclarecer que ter um ou mais fatores de risco não significa que a pessoa certamente terá câncer. Apenas indica uma probabilidade estatística maior em comparação com alguém sem esses mesmos fatores. Eles são classificados em dois grandes grupos: os que podemos mudar e os que não podemos. Muitos desses riscos, na verdade, podem ser controlados, evidenciando a importância de escolhas conscientes no dia a dia para a prevenção.

Quais são os principais fatores de risco modificáveis?

Este grupo inclui hábitos e exposições ambientais que podemos controlar por meio de nossas escolhas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), grande parte dos casos de câncer poderia ser evitada com a adoção de um estilo de vida mais saudável. Estima-se que entre 30% e 50% dos casos de câncer poderiam ser prevenidos com a mudança de hábitos e a diminuição da exposição a fatores de risco ambientais.

Tabagismo: o principal fator de risco evitável

O cigarro contém mais de 70 substâncias comprovadamente carcinogênicas. O tabagismo está diretamente relacionado não apenas ao câncer de pulmão, mas também a tumores na boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, bexiga, rim e colo do útero. Um estudo demonstrou que o tabagismo é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de câncer de pulmão e outros tipos de câncer, tornando parar de fumar uma medida crucial para a prevenção.

Além disso, dados de 2019 apontam que o tabagismo foi um dos maiores causadores de mortes por câncer no mundo, junto com o consumo de álcool e o alto Índice de Massa Corporal (IMC).

Consumo de álcool

A ingestão de bebidas alcoólicas aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, fígado, intestino e mama. O risco é dose-dependente, o que significa que quanto maior a quantidade e a frequência do consumo, maior a probabilidade. O consumo de álcool foi identificado como um dos principais fatores responsáveis por mortes relacionadas ao câncer em 2019.

Alimentação e nutrição

Uma dieta pobre em frutas, legumes e fibras e rica em alimentos ultraprocessados, carnes vermelhas processadas (como salsicha e presunto) e açúcares está associada a um risco elevado de câncer, especialmente de intestino (colorretal).

O sobrepeso e a obesidade, muitas vezes ligados a maus hábitos alimentares, também são fatores de risco importantes para diversos tipos de tumores. Manter um alto Índice de Massa Corporal (IMC) foi um dos maiores contribuintes para as mortes por câncer em 2019, ressaltando a importância de hábitos saudáveis na dieta e nutrição.

Sedentarismo

A inatividade física contribui para a obesidade e processos inflamatórios no corpo, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de câncer. A prática regular de atividade física, por outro lado, fortalece o sistema imunológico e ajuda a manter um peso saudável, atuando como um fator de proteção.

Exposição solar e outras radiações

A radiação ultravioleta (UV) do sol é a principal causa do câncer de pele. A exposição sem proteção adequada, principalmente entre 10h e 16h, danifica o DNA das células da pele. Além da solar, a exposição a radiações ionizantes (como raios X em excesso e sem indicação) e a substâncias como o radônio também são fatores de risco.

Infecções e agentes biológicos

Alguns vírus e bactérias podem aumentar o risco de câncer. Os exemplos mais conhecidos são:

  • Papilomavírus Humano (HPV): principal causa do câncer de colo do útero, além de estar associado a tumores de ânus, pênis, vagina e orofaringe.

  • Vírus da Hepatite B e C: podem levar ao desenvolvimento de câncer de fígado.

  • Bactéria Helicobacter pylori: associada a um maior risco de câncer de estômago.

Pressão Arterial Elevada

Manter a pressão arterial elevada, tanto a sistólica quanto a diastólica, está ligada a um maior risco de desenvolver alguns cânceres, como os de rim, esôfago, cabeça e pescoço, pele, cólon, mama pós-menopausa e útero. O controle da pressão arterial é, portanto, mais um aspecto importante na prevenção do câncer.

E os fatores de risco que não podemos mudar?

Existem características individuais ou genéticas que influenciam a probabilidade de desenvolver câncer e sobre as quais não temos controle. Conhecê-las é importante para um acompanhamento médico mais atento.

Hereditariedade e genética

Cerca de 5% a 10% de todos os casos de câncer são hereditários, causados por mutações genéticas herdadas dos pais. A presença de múltiplos casos de um mesmo tipo de câncer na família, especialmente em idade jovem, pode ser um sinal de alerta para buscar aconselhamento genético.

Idade e envelhecimento

O envelhecimento é o principal fator de risco para a maioria dos tipos de câncer. Com o passar dos anos, o corpo acumula mais mutações genéticas e o sistema imunológico pode se tornar menos eficiente para eliminar células defeituosas.

Fatores hormonais e reprodutivos

Hormônios como o estrogênio podem influenciar o desenvolvimento de certos tumores, como o de mama e endométrio. Fatores como o início precoce da menstruação, menopausa tardia, não ter filhos ou tê-los após os 30 anos podem aumentar ligeiramente o risco em mulheres.

Como os fatores de risco interagem entre si?

Muitas vezes, os fatores de risco não atuam isoladamente. Eles podem ter um efeito sinérgico, ou seja, a combinação de dois ou mais fatores pode aumentar o risco muito mais do que a simples soma de seus efeitos individuais. Um exemplo clássico é a associação entre tabagismo e consumo de álcool, que multiplica o risco de câncer de boca e esôfago.

Da mesma forma, a obesidade e o sedentarismo frequentemente andam juntos, potencializando os processos inflamatórios e hormonais que favorecem o crescimento de tumores.

O que fazer para reduzir os riscos?

Embora não seja possível eliminar completamente o risco, adotar um estilo de vida saudável é a estratégia mais eficaz para a prevenção. As principais recomendações, apoiadas por organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS), incluem:

  1. Não fumar e evitar o fumo passivo.

  2. Moderar o consumo de álcool ou, se possível, evitá-lo.

  3. Manter uma dieta equilibrada, rica em vegetais, frutas e grãos integrais.

  4. Praticar atividade física regularmente, conforme orientação profissional.

  5. Manter o peso corporal dentro da faixa considerada saudável.

  6. Proteger-se do sol, usando filtro solar, chapéu e roupas adequadas.

  7. Vacinar-se contra o HPV e a Hepatite B.

  8. Realizar exames preventivos e check-ups médicos periódicos.

Conversar com um médico sobre seu histórico familiar e seus hábitos de vida é crucial para uma avaliação de risco personalizada. A prevenção e a detecção precoce continuam sendo as ferramentas mais poderosas na luta contra o câncer.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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