Oncologia

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Câncer de Pele: Sinais de Início, Tipos e a Regra ABCDE para Detecção

Entenda como o câncer de pele se manifesta, aprenda a identificar os primeiros sinais e utilize a regra ABCDE para autoavaliação de pintas e manchas.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 01/12/2025

Aprenda a observar sua pele e a identificar alterações que podem indicar o início da doença, aumentando as chances de diagnóstico precoce.

Resumo:

  • O câncer de pele começa com o crescimento descontrolado de células na epiderme, geralmente causado por danos da radiação UV.

  • Os principais tipos são os carcinomas basocelular (CBC) e espinocelular (CEC), e o melanoma, mais agressivo.

  • Sinais de alerta incluem o surgimento de novas pintas, alterações em lesões existentes ou feridas que não cicatrizam.

  • A regra ABCDE é uma ferramenta prática para avaliar a assimetria, bordas, cor, diâmetro e evolução de pintas.

  • A observação regular da pele e a consulta com um dermatologista ao notar qualquer suspeita são fundamentais.

Você está se olhando no espelho e nota algo diferente: uma pinta nova no braço ou talvez uma mancha antiga no rosto que parece ter mudado de cor. Essa é uma situação comum que gera uma dúvida imediata e, muitas vezes, ansiedade. Saber como o câncer de pele se inicia é o primeiro passo para transformar a preocupação em uma ação consciente de cuidado.

A doença surge de maneira silenciosa, mas a nossa pele envia sinais. Compreender esses sinais é a ferramenta mais eficaz para a detecção precoce, que é diretamente ligada a altas taxas de cura.

O que é o câncer de pele e como ele começa?

O câncer de pele se inicia quando as células que compõem a epiderme, a camada mais superficial da pele, sofrem mutações em seu DNA e passam a se multiplicar de forma desordenada e descontrolada. Essa alteração genética impede que as células morram quando deveriam, levando ao acúmulo que forma um tumor. No nível molecular, o câncer de pele inicial provoca alterações notáveis na pele, como a diminuição de lipídios e mudanças em proteínas e ácidos nucleicos, o que ajuda a diferenciá-lo da pele saudável.

A principal causa para essas mutações, segundo o Ministério da Saúde, é a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta (UV) do sol ou de fontes artificiais, como câmaras de bronzeamento. O dano é cumulativo, ou seja, a exposição solar ao longo da vida contribui para o risco.

Existem três tipos principais de câncer de pele:

  • Carcinoma basocelular (CBC): é o tipo mais comum e menos agressivo. Origina-se nas células basais e geralmente aparece como uma lesão avermelhada, brilhante ou uma ferida que não cicatriza.

  • Carcinoma espinocelular (CEC): o segundo mais frequente, tem origem nos queratinócitos. Tende a surgir como uma lesão verrucosa, avermelhada e espessa, que pode descamar ou sangrar.

  • Melanoma: embora mais raro, é o tipo mais grave devido ao seu alto potencial de se espalhar para outros órgãos (metástase). Começa nos melanócitos, as células que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele.

Quais são os primeiros sinais de alerta na pele?

O primeiro sinal de câncer de pele é, frequentemente, uma mudança visível. É fundamental estar atento a qualquer novidade ou alteração no seu corpo. Identificar lesões na pele que apresentem uma aparência incomum em comparação com a pele ao redor é um passo crucial para o reconhecimento inicial de um possível câncer. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) orienta a observar os seguintes indícios:

  • Uma nova pinta, mancha ou lesão que aparece na pele e cresce progressivamente.

  • Uma pinta preexistente que muda de tamanho, formato ou cor.

  • Uma ferida que não cicatriza em um período de quatro semanas.

  • Uma lesão que sangra com facilidade, coça, dói ou apresenta formação de crostas (casquinhas).

  • Uma mancha que parece translúcida, perolada, acastanhada, enegrecida ou multicolorida.

Esses sinais podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns em áreas cronicamente expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

Como diferenciar uma pinta comum de um sinal suspeito?

É essencial ter em mente que nem toda lesão na pele é câncer, e tumores benignos podem, por vezes, assemelhar-se a lesões malignas. A identificação correta é crucial, pois um diagnóstico precoce é vital para evitar complicações desnecessárias.

Para ajudar na identificação de um possível melanoma, dermatologistas criaram um método simples e prático conhecido como a regra ABCDE. Ela orienta a avaliação de cinco características principais de uma pinta ou sinal.

A de Assimetria

Pintas benignas são geralmente simétricas. Se você traçar uma linha imaginária no meio da lesão, os dois lados serão parecidos. Já em uma lesão suspeita, as metades são diferentes entre si, ou seja, assimétricas.

B de Bordas

As bordas de uma pinta normal costumam ser lisas e regulares. Sinais de alerta incluem bordas irregulares, serrilhadas, entalhadas ou com limites mal definidos, que parecem se espalhar pela pele ao redor.

C de Cor

Sinais benignos apresentam uma única cor, geralmente em tons de marrom. A presença de múltiplas cores na mesma lesão, como diferentes tons de castanho, preto, branco, avermelhado ou azul, é um sinal de alerta para o melanoma.

D de Diâmetro

Lesões com diâmetro superior a 6 milímetros (aproximadamente o tamanho da parte de trás de um lápis) são mais suspeitas. Embora melanomas possam ser menores, é importante monitorar qualquer pinta que atinja ou ultrapasse essa medida.

E de Evolução

Esta é a característica mais importante. Qualquer mudança em uma pinta ou sinal ao longo do tempo, seja em tamanho, formato, cor ou sintomas como coceira e sangramento, deve ser avaliada por um médico. A evolução é um forte indicativo de malignidade.

Quem tem maior risco de desenvolver a doença?

Embora qualquer pessoa possa desenvolver câncer de pele, alguns fatores aumentam a suscetibilidade. O conhecimento desses fatores ajuda a reforçar a necessidade de cuidados preventivos e de vigilância constante da pele.

Os principais fatores de risco incluem:

  • Pele, cabelos e olhos claros (fototipos I e II).

  • Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele.

  • Exposição solar intensa e prolongada, especialmente durante a infância e adolescência.

  • Histórico de queimaduras solares com formação de bolhas.

  • Presença de um grande número de pintas pelo corpo (mais de 50).

  • Sistema imunológico enfraquecido por doenças ou medicamentos.

Além desses fatores, indivíduos com Síndrome de Lynch, uma condição genética que aumenta o risco de vários tipos de câncer, também apresentam uma alta incidência de câncer de pele. Para essas pessoas, a vigilância dermatológica regular é fundamental para a detecção precoce.

Quando devo procurar um dermatologista?

O autoexame da pele é uma ferramenta de triagem, não de diagnóstico. Ao notar qualquer um dos sinais da regra ABCDE ou qualquer outra lesão que pareça nova, diferente ou que não cicatriza, o passo correto é agendar uma consulta com um dermatologista.

A autoavaliação regular da pele e exames médicos completos são fundamentais para a detecção precoce do câncer de pele. Essa prática pode diminuir a gravidade da doença e reduzir o risco de óbito.

Não espere. O diagnóstico precoce do câncer de pele, especialmente do melanoma, é o fator mais decisivo para um tratamento bem-sucedido e para a cura. O especialista possui ferramentas, como a dermatoscopia, que permitem uma análise detalhada das lesões e a identificação de alterações suspeitas que não são visíveis a olho nu.

Assim, a proteção solar diária e a observação atenta da própria pele são as melhores estratégias para a saúde. Conhecer seu corpo é o primeiro passo para uma vida mais longa e saudável.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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