Oncologia

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Adenocarcinoma de Próstata é Maligno? Guia Completo

Sim, o adenocarcinoma de próstata é um tumor maligno. Entenda o que é, como o escore de Gleason define a agressividade e quais os próximos passos.
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Equipe Leforte - Equipe Leforte Atualizado em 01/12/2025

Receber o resultado de uma biópsia pode ser um momento de grande ansiedade. Entender cada termo do laudo é o primeiro passo.

Resumo:

  • O termo "adenocarcinoma" refere-se a um tipo de câncer, ou seja, um tumor maligno que se origina em células glandulares.

  • Ele representa mais de 95% de todos os casos de câncer de próstata, sendo o tipo mais comum.

  • A agressividade do tumor é medida principalmente pelo Escore de Gleason, que guia a escolha do tratamento.

  • O diagnóstico precoce é fundamental, pois as chances de cura para a doença localizada podem chegar a 90%.

  • Existem diversas opções de tratamento, desde a vigilância ativa até cirurgias e radioterapia, definidas caso a caso.

Receber o resultado de uma biópsia com o termo “adenocarcinoma de próstata” pode gerar medo e incerteza. A principal dúvida que surge é direta: isso é maligno? A resposta é sim. Entender exatamente o que isso significa é o passo mais importante para encarar o diagnóstico com informação e segurança.

O adenocarcinoma é, por definição, um tumor maligno. No entanto, "maligno" não é sinônimo de uma sentença. Significa que as células têm a capacidade de crescer de forma descontrolada e, potencialmente, se espalhar. A boa notícia é que a medicina avançou muito, e o prognóstico depende de fatores que podem ser claramente avaliados.

O que significa ter um adenocarcinoma de próstata?

O adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer de próstata. O nome tem origem em sua localização: "adeno" refere-se a glândula e "carcinoma" a um câncer que começa em células epiteliais, que revestem órgãos e estruturas do corpo.

Assim, o adenocarcinoma de próstata é um tumor maligno que se desenvolve a partir das células glandulares da próstata. Essas são as células responsáveis por produzir parte do líquido que compõe o sêmen. As células malignas do adenocarcinoma apresentam uma alteração na forma como lidam com o zinco, com baixa capacidade de absorvê-lo e alta de expulsá-lo, o que as diferencia do tecido saudável.

Outra característica é a alta presença da proteína PSMA (Antígeno de Membrana Específico da Próstata) nessas células, que aumenta em estágios avançados e metástases, confirmando a natureza maligna do tumor.

É fundamental não confundir esta condição com a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). A HPB também causa o aumento da próstata, mas é um processo benigno, sem a capacidade de invadir outros tecidos ou se espalhar pelo corpo.

O termo adenocarcinoma sempre indica um tumor maligno?

Sim. Por definição médica, não existe "adenocarcinoma benigno". O termo em si já classifica a natureza maligna do tumor. Quando um crescimento na próstata é benigno, ele recebe outros nomes, como a já mencionada Hiperplasia Prostática Benigna.

Portanto, ao ler "adenocarcinoma" no laudo da biópsia, a natureza cancerígena do achado está confirmada. O foco do acompanhamento médico a partir daí será determinar a agressividade e a extensão da doença.

Como a agressividade do tumor é avaliada?

Nem todos os adenocarcinomas de próstata são iguais. A principal ferramenta para medir o potencial de agressividade do tumor é o Escore de Gleason. Esta pontuação é definida pelo patologista ao analisar o tecido da biópsia no microscópio.

Entendendo o escore de Gleason

O escore de Gleason classifica o quão diferente as células cancerosas estão das células normais da próstata. A pontuação varia de 6 a 10 e é apresentada como uma soma, por exemplo, 3+3=6.

  • Gleason 6 (3+3): Tumor de baixo grau. As células ainda se parecem muito com o tecido prostático normal. Geralmente, tem crescimento lento e baixo risco de metástase.

  • Gleason 7 (3+4 ou 4+3): Tumor de grau intermediário. É o grupo mais comum. Um escore 4+3 é considerado mais agressivo que um 3+4.

  • Gleason 8, 9 ou 10: Tumor de alto grau. As células são pouco diferenciadas e têm maior potencial de crescimento rápido e disseminação.

Além do Escore de Gleason, é importante saber que o adenocarcinoma de próstata pode, em alguns casos, evoluir para um subtipo mais agressivo e letal, conhecido como câncer neuroendócrino de próstata. A detecção de biomarcadores específicos, como a integrina αVβ3, pode indicar essa evolução e o potencial de metástase da doença.

Este escore é uma das informações mais importantes que o urologista usará para planejar os próximos passos.

Qual o próximo passo após o diagnóstico?

Confirmado o diagnóstico de adenocarcinoma, a etapa seguinte é o estadiamento. O objetivo é descobrir a extensão do tumor: ele está contido apenas na próstata, atingiu tecidos próximos ou se espalhou para outras partes do corpo (metástase)?

Para isso, o médico pode solicitar exames de imagem complementares, como:

  • Ressonância magnética multiparamétrica da pélvis: avalia a extensão do tumor dentro e ao redor da próstata.

  • Cintilografia óssea: investiga se o câncer se espalhou para os ossos.

  • PET-CT com PSMA: um exame mais moderno e sensível para detectar focos de metástase em todo o corpo.

O estadiamento, junto com o escore de Gleason e o nível de PSA (antígeno prostático específico), definirá o grupo de risco do paciente (baixo, intermediário ou alto) e guiará a escolha terapêutica.

Quais são as opções de tratamento disponíveis?

O tratamento do adenocarcinoma de próstata é altamente individualizado. A decisão é compartilhada entre médico e paciente, levando em conta a idade, as condições de saúde e as características do tumor.

As principais abordagens incluem:

  • Vigilância ativa: para tumores de muito baixo risco (Gleason 6), pode-se optar por monitorar ativamente com exames de PSA, toque retal e novas biópsias, adiando o tratamento até que seja necessário.

  • Cirurgia (Prostatectomia Radical): remoção completa da próstata. Pode ser feita por via aberta, laparoscópica ou robótica, sendo a última a mais moderna e minimamente invasiva.

  • Radioterapia: uso de radiação para destruir as células cancerosas.

  • Hormonioterapia (Terapia de Deprivação Androgênica): bloqueia a testosterona, hormônio que alimenta o crescimento do câncer de próstata. Usada em casos mais avançados.

  • Quimioterapia: indicada para doença metastática que não responde mais ao tratamento hormonal.

Adenocarcinoma de próstata tem cura?

Sim. Quando o adenocarcinoma de próstata é diagnosticado em estágio inicial, ou seja, restrito ao órgão, as chances de cura são altas, podendo ultrapassar 90%, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mesmo em estágios mais avançados, os tratamentos atuais permitem controlar a doença por muitos anos, com qualidade de vida.

Ainda assim, a pesquisa médica continua investindo na busca por novos tratamentos para formas mais avançadas do câncer de próstata. O foco inclui casos metastáticos e aqueles resistentes às terapias atuais, evidenciando a complexidade e a seriedade dessas condições.

A chave para o sucesso é o diagnóstico precoce. Por isso, é essencial que homens a partir dos 50 anos (ou 45, se houver histórico familiar) conversem com um urologista sobre os exames de rastreamento.

Receber um diagnóstico de adenocarcinoma de próstata é um desafio, mas com informação de qualidade e o suporte de uma equipe médica especializada, é possível tomar as melhores decisões para sua saúde.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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